segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Voltamos!!!

     Olá pessoal!

     No início de agosto iniciamos a nova unidade do Year Three - Trocas e trocos e, o primeiro texto que lemos em sala trouxe uma lenda do folclore japonês. Os alunos gostaram muito!


Desejo de Imortalidade
    Há muitos, muitos séculos, certo jovem chamado Hideo perguntou a Kimbo, sábio da montanha, se haveria mágica para não morrer nunca. 
— Há, sim, respondeu o sábio, mas não sei se vale a pena. 
— Claro que vale!Ensine-me, por favor. 
     Kimbo suspirou e deu a Hideo uma garça de papel dobrado, pequeno origami. 
— Coloque este origami entre as pernas e ele se transformará numa garça maior que as de verdade.            
     Montado nela, você será levado à Terra da Vida Perpétua. Assim foi. Logo que desmontou lá, Hideo viu a garça dobrar-se toda outra vez. Guardou-a na manga do quimono e foi alugar quarto numa hospedaria. 
— Quanto tempo espera ficar em nosso país? — perguntou a jovem que o atendeu 
na recepção. 
— Pelo resto da vida! — brincou Hideo. — Estou adorando o lugar! 
— Quer dizer, então, para sempre? 
— Estava brincando. Hum, ponha aí, uma semana. 
    Quando saiu da hospedaria, Hideo comentou consigo mesmo: 
— Que moça esquisita! 
   Mas foi passear, conhecer melhor os lugares, puxar prosa com outras pessoas e descobrir coisas espantosas. Quando sentiu fome, entrou numa lanchonete, abriu um cardápio do balcão e começou a ler com olhos cada vez mais arregalados. 
— Ei, moço — disse Hideo ao balconista. — Que brincadeira é esta? Tem muita coisa no cardápio que nem sei o que é. Mas o que conheço são frutos e bichos venenosos! 
— Claro — respondeu o balconista. São os venenos que dão a esses pratos aquele saborzinho especial! 
— Tá maluco? Se comer uma coisa dessas posso ficar doente, até morrer! 
      O balconista não respondeu. Olhou nos olhos de Hideo, observou suas roupas e por fim disse: 
— Compreendo, compreendo. Você é estrangeiro, não é? De vez em quando, muito raramente, aparece um por aqui. Aí, explico: em nosso país ninguém fica doente, 
ninguém morre! 
     Durante um minuto, os dois ficaram assim, olhos nos olhos, sem dizer nada. Hideo pensava. Agora compreendia: a garça mágica o trouxera aonde ele queria, para lhe satisfazer o desejo antigo e intenso de viver para sempre. De um salto, voltou à rua e, 
enquanto corria, ia gritando: 
 — Viva! Viva! 
    E, como se obedecesse, sentiu como nunca que vivia. Passaram-se anos, não se sabe quantos. Naquele lugar não havia calendários, ninguém se importava em marcar o tempo. Pois, se a vida não vai acabar, para que pressa? Para que prazos? Mas, coisa estranha, todos achavam que isso era uma desgraça. Não morrer 
significava não ter chance nenhuma de chegar ao Paraíso, lugar famoso que os antigos diziam ser o mais feliz do Universo. 
     Muitos bem que desejavam morrer, mas não conseguiam. Conformados, muitos acabaram por se distrair com a imortalidade. Procurava comer os frutos e outros alimentos mais venenosos do país, e não morriam. Saltavam de lugares altos por divertimento, e não se machucavam. 
      Durante alguns meses, Hideo achou aquilo tudo muito divertido. Aliás, a única pessoa feliz naquela terra era ele. Mas, depois de 300 anos, enjoou. Teve saudade de seu país. Tirou do quimono a garça de origami e rezou para Kimbo ajudá-lo. 
      Imediatamente a garça de papel se desdobrou, esperou que ele a montasse e saiu voando de volta ao Japão. Foram cruzando o oceano até que, no meio da viagem, um forte temporal caiu sobre eles. A água encharcou o origami e a garça; sem força para movimentar as asas pesadas, caiu com Hideo no mar. 
      Nunca mais se soube dele. Mas dizem que, quando isso aconteceu, Kimbo saiu de sua caverna, olhou para o céu e sorriu para seu discípulo, que lá em cima também  sorria, mas ninguém via.


     Após fazer a leitura e a atividade de interpretação proposta nos centros, os alunos quiseram conhecer mais sobre o tsuru (origami em forma de garça, símbolo da prosperidade) e fizeram o origami em sala, assistindo o vídeo:





    Após muita observação e tentativas, as crianças conseguiram montar o tsuru!!!












Parabéns pelo trabalho!!!

Abraços,
Ms Gabi e Year Three